Por: Alan Medeiros
Fim de ano se aproxima e junto com ele, mais uma tour da dupla alemã Adana Twins por solo brasileiro. Taket It Easy & Friso já são nomes conhecidos por nossas pistas e através de uma jornada intensa nos últimos anos, construíram uma relação de muita proximidade com o público brasileiro. Após se consagrarem como um dos responsáveis pela ascensão do deep house na Europa, eles agora encaram um novo momento, produzindo e tocando uma linha de som um pouco diferente, mas sempre com traços da identidade que tornou o projeto conhecido no mundo inteiro. Conversamos com a dupla que mostrou estar passando um por momento e grande maturidade dentro da carreira. O bate-papo ficou muito bacana, confere aí!

HOUSE MAG – Olá, meninos! Tudo bem com vocês? Nas produções do Adana Twins é possível identificar influências do house, techno, soul e hip-hop. Como cada um desses estilos contribuíram para formação artística do projeto?
ADANA TWINS –
Eu diria que a nossa base vem tanto do techno quanto do house. Esse histórico nos ajudou bastante na produção de nossas tracks, mas nós com certeza não nos focamos em ter essa base em todas as nossas músicas. Algumas de nossas tracks são mais techy, outras mais groovy e algumas mais melódicas. Nós acreditamos que a diversidade é muito importante. Não fica chato quando o artista produz sempre o mesmo som?HM – Uma das faixas mais populares de vocês aqui no Brasil é o remixe de “Looking For” para o duo Flow & Zeo. Fale um pouco a respeito desse trabalho e de como surgiu o convite.
AT –
Flow & Zeo tem sido grandes amigos nossos há algum tempo. Já marcamos alguns churrascos, surfamos juntos e frequentamos algumas festas, nós os amamos! E o Warung é o nosso club favorito, então quando eles nos pediram para fazer um remix não tínhamos nem o que pensar. Quando estávamos trabalhando no remix, queríamos algo especial, imaginamos uma batida que iria encaixar perfeitamente com a vibe do Garden pela manhã. Com isso em mente, acreditamos que funcionou muito bem!HM – Vocês possuem uma relação muito especial com o Brasil já há alguns anos, certo? Na visão de vocês, o que o público brasileiro possui de diferente do restante do mundo?
AT –
Eles são simplesmente malucos e dançam como ninguém nesse mundo! É sempre incrível o quanto de energia essa galera tem.HM – Alguns dos principais lançamentos de vocês aconteceram pela Exploited… há algo de especial na relação do Adana Twins com o selo? Vocês projetam ter uma própria gravadora um dia?
AT –
Exploited foi nossa primeira grande plataforma. Sem esta label nossa carreira não seria o que é hoje, nós somos e sempre seremos gratos por isso. Mas no final do ano iremos tomar caminhos diferentes, o que nós achamos ser algo natural. Mudanças muito empolgantes estão acontecendo e estamos muito ansiosos com o que está por vir. E claro, a ideia de construir nossa própria label sempre vai existir, mas tem que acontecer na hora certa, para termos o maior impulso possível, e evitar que nosso selo se torne apenas mais uma no meio de tantas, como as que tem surgido todas as semanas nos últimos dias.HM – Atualmente o mercado tem recebido novos artistas talentosos a todo momento, fato que obriga os nomes já consagrados da cena há manterem seus trabalhos de forma ativa e consistente. Como vocês enxergam a importância de possuir uma sistemática de trabalho 100% profissional no cotidiano? Mais ou menos com quantas pessoas ligadas ao Adana Twins vocês trabalham?
AT –
Para nós, esse tipo de trabalho profissional é a chave para o nosso sucesso. Sem isso, não poderíamos tocar em alto nível. Pensar que apenas a música é suficiente, é totalmente errado, mas claro, existem algumas exceções. Nós diríamos que a música é apenas 60% do que se é preciso para ser bem sucedido na indústria. Você precisa de um bom RP, uma boa agência de booking, um bom escritório de design, e muito mais para se destacar entre as centenas ou os milhares de artistas conhecidos mundo a fora. No momento, o team Adana Twins, consiste em 5 pessoas em booking (e management à parte), 2 pessoas no design e 3 pessoas fazendo nosso RP. Sem esquecer é claro, existem duas pessoas no Adana que criam as músicas e os DJs sets para que nosso time tenha algo para trabalhar ;)
HM – A rotina de viagens por diferentes países certamente deve ser algo bastante desgastante. Como vocês fazem para conciliar trabalho e vida profissional em meio a tantos compromissos?
AT –
Para nós é definitivamente muito importante criar espaço para coisas que não tem nada relacionado a música. Por exemplo, nossos domingos são sagradas, o dia de descanso “the DJ’s Sunday”, desligamos nossos telefones e apenas relaxamos e curtimos esse tempo com nossas meninas e amigos. Tentamos também tirar um mês do ano de férias das nossas turnês todos os anos para recarregar as baterias. Quem pensa que você deve ser um rockstar a cada final de semana esta enganado. Claro que festas grandes com afters intermináveis são demais, elas são parte do jogo e podem abrir muitas portas. Mas é preciso conhecer seus limites.HM – Ainda esse ano vocês irão tocar em importantes festivais da Europa como Digital Fstival na Holanda e Edit Festival na Alemanha, certo? Como é a sensação de comandar a pista de festivais como esse? Em geral, vocês preferem esse tipo de evento ou clubs com um feeling mais intimista?
AT –
Quando você pensa no fato de que no começo de 2012, todas as semanas estávamos tocando em pequenos bares para apenas 150 pessoas, é incrível poder tocar hoje para públicos tão grandes regularmente. Há tantos fãs, que nos dá até um arrepio, mas nós ainda somos viciados em tocar em clubs também, você fica mais próximo da plateia, pode tocar por mais tempo… É simplesmente mais intenso.HM – Ano passado vocês trouxeram o projeto All Night para o D-EDGE. Esse ano, há planos para uma nova apresentação dessa tour no Brasil?
AT –
Sim! Um sonho se tornando realidade. Tocaremos em outubro a NOITE INTEIRA no Warung Garden!
HM – Para encerrar, um pequeno desafio. Em qual palavra pode ser resumida a relação entre Take it Easy & Friso? Obrigado!
AT –
Às vezes nos amamos, às vezes nos odiamos. Somos um casal de velhos.