Por redação – Fonte: Super Interessante
Foto de abertura: Getty Images/iStock
Não é só o toque físico que provoca arrepios. A música também pode ter efeito similar em nosso corpo. E se você já se arrepiou ouvindo alguma música, seu cérebro é especial!
A revista Super Interessante publicou uma matéria que revela que cerca da metade da população sente o coração acelerar, as mãos suarem e os pelos arrepiarem ao ouvir acordes em determinada ordem especial. Um orgasmo na pele.
Pesquisadores de Harvard descobriram que o cérebro dessas pessoas possui conexões especiais que afetam quando canções são processadas. Vinte fãs foram recrutados e o resultado foi este: 10 sentiram arrepios musicais com frequência enquanto os outros não passaram pelo fenômeno.
Cada um teve direito a trazer até cinco das suas músicas favoritas, de diversos estilos, autores e intérpretes. Primeiro os pesquisadores observaram os efeitos das músicas dentro do laboratório enquanto os participantes ouviam apenas os trechos mais arrepiantes de cada faixa (batimentos cardíacos e suor da pele). O coração de todos os voluntários acelerou, mas a resposta dos que se arrepiaram foi bem mais intensa.
Em seguida, o cérebro de cada participante foi analisado, por meio da ressonância magnética de tensor de difusão, que mostra as conexões entre diferentes regiões do cérebro. Percebeu-se que o grupo do arrepio tem fibras nervosas que ligam até as áreas responsáveis pelo processamento de sentimentos e emoções.
Essa conectividade extra provavelmente intensifica a experiência sensorial provocada pela música. Não se sabe se as pessoas já nascem mais sensíveis ou se é possível desenvolver essa sensibilidade.
Outras pesquisas científicas relacionam o arrepio musical a reações de expectativa e surpresa. Quem ouve músicas tentando prever os acordes e o que vem depois, têm mais chances de se arrepiar quando a música não segue as suas expectativas. Mas quando o compositor cria um crescente musical que chega a uma nota aguda, o cérebro cria expectativa e tem uma reação prazerosa quando o acorde final já esperado finalmente aparece.
Ou seja, a pesquisa sugere que a música deve ter função evolutiva. Se existem conexões cerebrais passadas de geração em geração, que ligam os receptores de som diretamente ao centro emotivo do cérebro, é porque algum papel ela deve ter para a sobrevivência humana.
A reação química que temos quando ouvimos uma música emocionante, é parecida com o que sentimos em outras atividades, como comer ou fazer sexo: uma super injeção de dopamina. Por isso, o arrepio musical é chamado pelos neurocientistas de “orgasmo na pele”. E você? Já sentiu?