Por Luiza Serrano
Foto de abertura: Yan Campioti (designer)
Dá um orgulho “danado” ver a cena da música eletrônica brazuca ganhando cada vez mais produtoras. Mulheres que têm se jogado, ousado e mostrado que produção também é a praia delas, e sempre foi, já que temos importantes representantes femininas que iniciaram esse percurso – ANNA, BLANCAh, Marian Flow, Eli Iwasa, entre outras – que abriram o caminho para essa nova geração que chegou chegando.
A exemplo das “Carols”, que têm roubado a cena e vamos falar um pouco mais delas aqui; ou Ella De Vuono, que transforma suas produções em verdadeiras performances; e como não resumimos essa expressiva atuação das mulheres apenas nos estúdios, destacamos Aline Rocha, que lançou a sua primeira track no final do ano passado, com DJ Meme, e inovou nos cenários das suas lives e mandou bem no repertório das suas transmissões. Tanto, que ela é uma das queridinhas da Defected Records, com sets cheios de personalidade, energia e cor.
Vamos mostrar um pouco mais sobre essa nova geração feminina que tem deixado cada vez mais claro ao que veio!
Carola sempre esteve envolvida na produção de eventos e line ups no Sul do Brasil. Mas, sempre namorou a produção musical e aproveitou a pandemia, na qual pôde se dedicar integralmente ao estúdio, para estudar, testar e produzir. De lá pra cá, ela emendou uma sequência de lançamentos que revela muito do seu crescimento e da sua sonoridade potente, com drops enerégicos e basslines marcantes.
E toda dedicação e talento são reconhecidos. Por isso, Carola se tornou a primeira produtora mulher, do mundo, a lançar pela STMPD Records, gravadora de Martin Garrix. Ao lado de Gabzy, ela emplacou “What They Want”.
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O som mais experimental e criativo de Ella De Vuono, somado as batidas do techno e as suas performances, fazem da produtora – artista nata, de alma e coração – uma das estrelas da música eletrônica nacional. Personalidade? Ela tem de sobra, e ganhou o reconhecimento de uma das principais premiações dedicadas ao gênero, o BURN Residency. Ella foi eleita a campeã nacional na 9ª edição do programa. E tem mais, atualmente, é residente da Capslock, um dos coletivos mais importantes do Brasil. Ativista, com um discurso repleto de mensagens poderosas e profundas que empoderam, Ella De Vuono é puro brilho e vigor.
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Sabe quando você vive e trabalha para o sonho do outro e, de repente, percebe que tem trabalhado para algo que também está dentro de você? Foi assim que a mineira curol foi se encantando pelas CDJs, synths, timbres, waves, e decidiu viver o seu sonho. A produtora que se tornou conhecida pelo seu trabalho como fotógrafa, acompanhando artistas em eventos como Universo Paralello, Tomorrowland Brasil, XXXperience, entre outros. Mas, agora, tem marcado seu nome como produtora, principalmente, pela sonoridade escolhida, o afro house, com lançamentos pela HUB Records, Black Senses, CICLO Records, entre outros selos. Segura a percussão!
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Carol Seubert conquistou as pistas, primeiramente, com seu feeling e presença. Mas, não demorou para produzir as suas próprias músicas, trazendo seu flow e sua vivência que inclui turnê pela Ásia. Seu último lançamento com Francesca Sardi saiu pela Mix Feed, “Booty Down”, indicando que a pegada tech house e dançante que ela sempre apresentou no início da sua carreira, agora, ganha contornos autorais e confiantes.
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Que fique bem claro, de uma vez por todas, a música nos escolhe, e não ao contrário. Carol Fávero sempre atuou no backstage, “radinho” na pista, curadoria de line ups, festa autoral e, de tanto sentir essa atmosfera, se arriscou nas CDJs e caiu no gosto da galera como DJ. Mas, ela precisava de mais, e sentiu que era o momento de expressar essa sua vivência em suas próprias tracks, indo além, que as suas músicas fossem tocadas nas pistas, assim como ela tocava as de tantos amigos e produtores. E foi assim que ela mergulhou na produção, com uma sonoridade que abraça as vertentes do house, sempre muito dançantes e com vocais.
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Para quem acha que ser DJ é apenas apertar o play, tente você comandar 1h30 de som, ou mais, passeando por nuances, provocando climas e atmosferas que conversam em uma história musical envolvente. Parece fácil? Então experimente em frente há milhares de pessoas. Se soou um pouco mais complicado, agora sim, estamos prontos para essa conversa. Aline inovou nesta quarentena, com lives coloridas, criativas, cenários interessantes, somados a sua pesquisa musical quase que frenética, em busca de sons que combinem com a sua personalidade, com a sua vibe e com a narrativa que ela quer contar. Aline Rocha é uma dessas pessoas que nasceu com uma sensibilidade musical e estética. Tanto, que é hoje uma das queridinhas da consagrada Defected Records, com lives e participações especiais. E não para por ai! No ano passado, integrou o line up do lançamento da Champions League. Pouco? Aline agora está se dedicando, também, à produção, com lançamentos Jack District e DJ Meme.
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