Por Luiza Serrano
Foto de abertura: divulgação
Assim como o vírus da Covid-19 se manifesta de diferentes formas nos corpos infectados, a pandemia se alastrou por todo o país causando problemas “comuns” a todas as cidades, mas, também, com especificidades graves. Como foi o caso da região do Amazonas.
No início do ano, o sistema de saúde da capital Manaus sofreu um colapso, e revelou graves situações de falta de insumos hospitalares e oxigênio. Imediatamente, houve uma mobilização nacional para levantar fundos e material para a região e a cena da música eletrônica entrou nessa rede de apoio.
May Seven e Liu – Foto: divulgação
O DJ e produtor Liu se uniu a crew da Pump Manaus, liderada por Bernard Teixeira e iniciou uma Vakinha On-line: SOS Manaus. “Tenho uma relação de amor e carinho com o povo amazonense. Sempre fui muito bem recebido. Então, quando recebei a notícia sobre a situação de Manaus, chamei o Bernard e começamos a campanha”, revela Liu.
No ano passado, o autor de “Nave Espacial” e “Don’t Look Back”, gravou um live set pelo Rio Amazonas. “Desde pequeno, com meus oito anos, sempre tive um fascínio por rios e comecei a pesquisar muito sobre o Amazonas. Meu sonho era conhecer o Rio Amazonas”, explica.
A Vakinha ganhou a adesão do público, que compartilhou e fez doações. Vários DJs e produtores, influenciadores, também participaram da campanha SOS Manaus. “Arrecadamos mais de R$50 mil, que já foram destinados para compra de insumos e oxigênio para hospitais e instituições em Manaus”, afirma Liu. A campanha segue recebendo doações. Participe aqui!
Enquanto a campanha mobiliza contribuições muito além dos limites do Amazonas, uma DJ e produtora tem trabalhado na linha de frente. May Seven é uma artista de Manaus que tem doado parte do seu tempo para ajudar nesta situação que se espalhou pela capital amazonense. “Com o novo decreto que fechou todo o comércio, eu segui a quarentena, mantive isolamento. Mas, uma nova onda da Covid-19 chegou em Manaus e o sistema de saúde entrou em colapso e começamos a perder muitas vidas por falta de leito nos hospitais. Logo em seguida, a falta de oxigênio”, revela.
May Seven e equipe solidária em Manaus – Foto: divulgação
May decidiu sair de casa e levar doações para os postos de coleta. De acordo com a DJ, vários amigos se reuniram para realizar ações solidárias e, desde então, não conseguiu mais se separar da equipe. “No projeto, arrecada-se doações desde cilindros de oxigênio, alimentos, bebidas, equipamentos de segurança para profissionais de saúde (EPIs) e medicamentos”, conta.
O grupo também prepara refeições para serem distribuídas em diversas rotas durante a noite pela cidade, destinadas a profissionais da saúde de diversos hospitais e acompanhantes de pacientes.
Equipe solidária em Manaus – Foto: divulgação
A situação em Manaus ainda requer atenção. De acordo com May, além dos hospitais enfrentarem problemas com a falta de diversos insumos, há falta de leitos, fazendo com que infectados que necessitam de tratamento tenham que ficar reféns em suas casas, não tendo a chance de, sequer, entrar no hospital.
“A música tem esse poder de conduzir energia, conectar pessoas e provocar emoções”, conta May, e é, embalados por essa trilha de empatia e solidariedade, que essas ações, pequenas ou grandes, vêm ajudando a salvar vidas.
